[...]
Ele compra algo do balcão, depois olha pra ela e diz:
"-Oi, você..." [Calmamente, um tanto dócil, mas firme e sorrindo levemente de lado, com os lábios cerrados, e o olhar fixo focado dentro dos seus olhos, olhando debaixo pra cima, e com a cabeça levemente inclinada, como alguém que certamente define o cuidado e proteção em relação aos seus mais íntimos, algo que ela só perceberia detalhadamente se fosse em câmera lenta, pois ele continua a andar a passos suaves.]
Ela surpresa, olha... como se nunca imaginasse que ele iria falar, mas... ela fala "-Oi" bem calmo, e um pouco surpreso, talvez um oi um pouco fraco, sem muito projetar bem a voz como de costume, mas querendo que sua voz seja ouvida, mesmo que sem muito ar guardado em seus pulmões, olhando pra cima, interrompida em sua ação frenética de procura, foi um baque... o olhar dela expressa certa ternura, um olhar desprotegido... há algo de diferente na voz, na expressão, no jeito dela... em especial naquele olhar, que é tão belo quanto um solstício de verão.
[Ele percebe a diferença. E se pergunta por um segundo: "Há algo de diferente, o que pode ser?"]
Ele resolve não iniciar uma conversa com ela, afinal... ela parecia tão, distraída, e despreparada, que seria um pecado iniciar uma conversa e brincar de montar e desmontar... seria muito fácil. Ele se encaminha à saída.
[Ela... vê que ele certamente irá embora, e volta à procurar o objeto perdido na bolsa...]
Então, ele se dá conta, e pensa consigo mesmo: [O que será que ela procurava na bolsa, tão avidamente, de uma forma tão distraída, espontânea e desprotegida...? Eu sei... só pode ter sido... ela estava, certamente... procurando sua máscara, que provavelmente havia caído... dentro de sua bolsa, mas, o quanto mais ela procurava, menos ela parecia achar...]
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Um comentário:
você enxerga os cristais da água.
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