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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Há tempos.

Estava conversando com uma amiga, talvez a mais próxima de todas, estávamos deitados no meio de toda aquela grama, era fim de tarde, por volta das quatro e meia, ou até mais, o sol aquecia levemente nossos corpos, conversávamos olhando pro céu, e pra lua que subia devagar... falávamos sobre o quase-relacionamento atual dela, e ela comentou.

"-Eu tô começando a gostar dele, mas... acho que falta alguma coisa, não sei bem o que é."

Eu indaguei: "-Mas, ele não tenta te segurar quando você precisa, não é mesmo? Pelo que eu percebo ele tem medo de tomar o controle da situação, e me parece que você sente bastante falta disso."

Ela olhava pro céu enquanto eu falava, com as mãos levantadas pro alto, quando eu terminei a frase, ela começou a respirar mais profundamente, seu semblante mudou, nunca havia visto aquele rosto antes, não daquela forma, tão intensa, ela virou o rosto e inclinou joelho esquerdo para o meu lado, e disse:

"-E você? Por acaso tenta me segurar?"

Fiquei sem reação, e sem saber o que pensar... ao mesmo tempo que ela respirava e dava pra ouvir o ar passando pelas narinas, traquéia, e o pulmão se enchendo com todo aquele ar denso, eu respirava da mesma forma, só que com a boca seca, e o coração batendo num ritmo normal, mas totalmente fora do compasso, dava pra ver as pupilas dela se dilatando como alguém que acorda e recém vê a luz, eu definitivamente não esperava por aquilo. E então eu me dei conta, pela primeira vez... que eu estava gostando dela, era exatamente como despertar e começar a sentir todo o corpo acordando levemente, inebriado pelos próprios sentidos, todos eles... sem excessão de nenhum, porém fiquei surpreso, achando que aquela frase não teria aquele sentido, e era uma breve imaginação, mas na verdade quem não fazia sentido ali era eu, mal organizava as idéias, fiquei olhando pra ela uns 12 segundos, esperando pra ver se ela desviava o olhar, mas não... nesse tempo todo ela só piscou três vezes, lentamente... acho que por isso eu também não consegui piscar muito, via o bater dos olhos dela em câmera lenta, batiam e formavam ondas invisíveis vindo em minha direção. Ela continuou olhando.

[...]

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