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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Pare de inalar.

Pare de inalar
tais substâncias que deixam o teu corpo velho
Pare de inalar
tais substâncias que deixam o teu corpo velho, e cansado
Pare de tragar, estas substâncias que te roubam o fôlego
Pare de tragar tais substâncias que tentam te roubar o fôlego, o ar

Que assaltam a beleza do teu corpo esbelto, ao luar
Que deteriora teus belos defeitos...
Já basta o vento que te toca a pele
e te procura sutilmente a te beijar

Pare, pare, por favor pare
te suplico que pare
deixar teu corpo tão divino se deteriorar
Já basta a fumaça da fogueira que é de nossos sonhos
para que o teu coração possa se esquentar

Já basta, já basta
Tudo aquilo que é vão passa
Mas o verdadeiro não há de passar

Pare, pare de inalar
Tais substâncias que inibem tua garganta
e não a permitem cantar
Teu canto pássaro

Teu canto pássaro, escasso
Em tons agudos, espaço
Em tons graves, sossego

Já basta, já basta
Já basta toda essa fumaça
Que ofusca o teu rosto
E que o deseja descascar
Que deteriora tuas doces trapaças

De um rosto assimétrico semi-linear
Que me faz desapegar do singelo sorriso
Singelo e estranho a mim como um guizo
Que de maneira estranha passa a me chamar

Deixa todo esse teu apego
Da solidão do vício, meu suplício
Te suplico assim que deixe o teu corpo falar
E o teu sorriso sorrir
E a teus olhos tristes, brilhar

Eu sei que teus pulmões são cortes
Mas não os fortalecerá se o deixar que o cortem
Assim, em vida não se pode se refugiar na morte
Devemos dominar a morte para a morte não nos dominar

Se deixar que o cortem
Que eles pensem por você
Que te digam o que fazer
Teu coração pode não suportar

Te suplico novamente, com ímpeto
Com minhas últimas palavras, em síntese
O ferro assim falava ao imã:
Odeio-te por ser tão forte
Mas não o bastante para me sujeitar.

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