Pare de inalar
tais substâncias que deixam o teu corpo velho
Pare de inalar
tais substâncias que deixam o teu corpo velho, e cansado
Pare de tragar, estas substâncias que te roubam o fôlego
Pare de tragar tais substâncias que tentam te roubar o fôlego, o ar
Que assaltam a beleza do teu corpo esbelto, ao luar
Que deteriora teus belos defeitos...
Já basta o vento que te toca a pele
e te procura sutilmente a te beijar
Pare, pare, por favor pare
te suplico que pare
deixar teu corpo tão divino se deteriorar
Já basta a fumaça da fogueira que é de nossos sonhos
para que o teu coração possa se esquentar
Já basta, já basta
Tudo aquilo que é vão passa
Mas o verdadeiro não há de passar
Pare, pare de inalar
Tais substâncias que inibem tua garganta
e não a permitem cantar
Teu canto pássaro
Teu canto pássaro, escasso
Em tons agudos, espaço
Em tons graves, sossego
Já basta, já basta
Já basta toda essa fumaça
Que ofusca o teu rosto
E que o deseja descascar
Que deteriora tuas doces trapaças
De um rosto assimétrico semi-linear
Que me faz desapegar do singelo sorriso
Singelo e estranho a mim como um guizo
Que de maneira estranha passa a me chamar
Deixa todo esse teu apego
Da solidão do vício, meu suplício
Te suplico assim que deixe o teu corpo falar
E o teu sorriso sorrir
E a teus olhos tristes, brilhar
Eu sei que teus pulmões são cortes
Mas não os fortalecerá se o deixar que o cortem
Assim, em vida não se pode se refugiar na morte
Devemos dominar a morte para a morte não nos dominar
Se deixar que o cortem
Que eles pensem por você
Que te digam o que fazer
Teu coração pode não suportar
Te suplico novamente, com ímpeto
Com minhas últimas palavras, em síntese
O ferro assim falava ao imã:
Odeio-te por ser tão forte
Mas não o bastante para me sujeitar.
Na minha concepção de mundo a Arte é parte do ser humano, uma beleza distinta pode ser encontrada em coisas tão simples como num orvalho da manhã, ou até mesmo numa singela fotografia de dois velhos jogando xadrez, o que eu tento expressar neste blog é exatamente o sentimento humano de se identificar com a Arte da vida e a de admirar o abstrato da Arte em si, o ato de celebrar a vida por si só já é uma expressão de Arte, e por isso a Arte é livre, espontânea, magnífica e bela.
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O trabalho Arte - Loucura de Jean E. Costa da Silva foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em arte-loucura.blogspot.com.
Podem estar disponíveis autorizações adicionais ao âmbito desta licença em jeanely@gmail.com.
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