Em que eu dormia no sofá
Traçava uma linha por entre os pés
E desenhava o horizonte
E o observava deslumbrante
A imensidão estonteante
Me reservava uma vertigem
A vista de uma bela virgem
Entre os pés te via linda
Como um anjo de cristal
Algo terno, determinante
Ebriedade do meu sono
O sono que sonha
E não se amedronta
Das palavras que o anjo canta
Divino souvenir
Bradando o amanhã por vir
Bradando o amanhã por vir
Num belo porto, junto ao farol
Sentado ao ancoradouro
Molhando meus pés na água
Parece-me ouvir de novo
O canto dos pássaros, me chamando
À pescar pérolas, e ao ver o sol nascer
E invadir todo o meu ser
Tesouro raro, pois custa caro
Mais é inato, pois é um fato
De que a musa voltará a me ver
Pois tudo que é belo permanece
E quem recorda, nunca se esquece
Do que se esconde no travesseiro
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