Será que é passageiro
Isso que me corrompe?
Dor
Será que um dia passa?
A raiva das migalhas
Do pão que esfarelou-se no chão?
A água é tranquila, fria
O ódio é ardente, quente
Inconsequente ou calculista
Ressentimento do analista
Planeja a vingança que tem em vista
Algo que viu no tevê ou revista
O inspira à tramar a refeição
Com veneno cuidadosamente
Ou com faca pelas entranhas, lentamente
Tiro no peito à queima roupa
Sujando o rosto de sangue
Não se deve pensar se vale à pena
À única coisa que se pensa é em resolver o problema
Descarregar todo o revólver sem dó nem piedade
Não é por pura maldade, e sim por ansiedade
Atirar no seu peito, à queima roupa
Satifazer minha vontade, matar minha agonia
Cortar sua carótida, vindo pelas costas
Drenar seu sangue, raspar sua digital
Deixar seu corpo em pleno matagal
Atirar em sua cabeça, em uma banheira de hotel
Fazer parecer suicídio, com um pouco de sangue pelo ralo
Sua carta de despedida, bem no chão ao seu lado...
Depois de fazê-lo, talvez ainda me sinta vazio
Mas a plenitude do seu viver me incomoda profundamente
Me atormenta todos os dias, todas as noites, sempre
Mas terei de fazer isso sozinho
Pois a vingança, é um prato que se come frio...
Shh... não se mexa agora
Você está em choque...
Não quero que sinta dor
Num segundo, sentirá leveza em sua cabeça
E depois, um pouco de tontura...
Não resista, é tão agradável...
É como mergulhar em uma banheira morna.
Tenho pesar em dizer que tenha chegado à issoTodo jogo há de terminar
Mas nesse jogo, não há vencedores...
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