sinto falta das partes baixas
das partes más
do diabo
que por pouco de mim não fez escravo
até onde pude me queixar
quase, me atingiu como uma peste
bulbônica, febril
roubando a mim, energia psíquica
que me deixou fraco, escasso
isento de chão, de tempo e espaço
como se fosse jovem senil
o ardor celeste me consumiu
que transformou o azul anil
das tranquilas tardes de sexta
em vermelho e branco imponente
escarlate triunfante
por pouco, meu coração escureceu
e como louco, um pouco
se ensorbeceu
se entorpeceu
desvaneceu
desfaleceu
ó, minha impiedosa
loucura dos desvarios
tu, que a mim prometeu
dos maiores e maravilhosos carinhos
deliciosos fascínios
fontes, banhos termais
ágoras minhas, e castiçais
frutas vermelhas, mel e vinho
e no teu seio, um ninho
mas em teu coração, ofereceu
o mais amargo dos féus
o inferno em disfarce de céu
castelo de cartas, coração de papel
uma coroa de espinhos
ardilosos caminhos
amei-te, diabo
amei-te
amei do amor cheio de enfeites
alegorias e falsos deleites
foi tudo vão, tudo não
pois no fim, domei-te
e voltaste a mim como um cão
verdadeiramente, perdoei-te
pois não guardo mágoa em meu coração
e nem sinto que deveria
pois só quando nós dois nos sabíamos
foi maior o querer que o dever
e eu não sabia dizer não
se desejardes, tem em mim ombro amigo
esquecendo-se tudo que foi
não se nega orientação a quem está perdido
mais saiba, que nada fique ambíguo
o que se passou, passou
e nunca houve um verdadeiro amor
torna-se mínimo, inadmirável
todos os atos que já foram feitos
não foram mais do que obrigação
o bem não é bom sem ser forte
não necessita de holofotes
e nem de justa indignação
o amor, em si, transcende
qualquer valor material
e tudo aquilo que é vão e banal
devem vir, não como principal
mas sim em forma de gratidão
a doença começa na mente
uma casa constrói-se no chão
e a quem deseja ser lâmpada
a luz do universo ascende
e até o diabo tem perdão
Veja também: Puta Louca
Na minha concepção de mundo a Arte é parte do ser humano, uma beleza distinta pode ser encontrada em coisas tão simples como num orvalho da manhã, ou até mesmo numa singela fotografia de dois velhos jogando xadrez, o que eu tento expressar neste blog é exatamente o sentimento humano de se identificar com a Arte da vida e a de admirar o abstrato da Arte em si, o ato de celebrar a vida por si só já é uma expressão de Arte, e por isso a Arte é livre, espontânea, magnífica e bela.
Busca
Todo este blog e os textos que contém aqui estão protegidos por direitos autorais.
O trabalho Arte - Loucura de Jean E. Costa da Silva foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em arte-loucura.blogspot.com.
Podem estar disponíveis autorizações adicionais ao âmbito desta licença em jeanely@gmail.com.
O trabalho Arte - Loucura de Jean E. Costa da Silva foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em arte-loucura.blogspot.com.
Podem estar disponíveis autorizações adicionais ao âmbito desta licença em jeanely@gmail.com.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário