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sábado, 10 de dezembro de 2011

Trote.


No colo nu da madrugada. No seio do povo.
Não tenho receio de bala de prata.
Nem dos holofotes que despem meus olhos,
cegos, às quatro e vinte e cinco da manhã.

Não meço o temor dos lábios salgados,
Nem do suor que escorre pelo corpo, pelo rosto
dos olhos dispersos e dos batimentos apressados.

Nada é palpável ou tem substancialidade,
Entre as entre-linhas, há linhas...
Expessas, submersas em álcool.

O pensamento se afoga e ao mesmo tempo flutua.
Agonizando entre o bardo e o frade.
Já não me importam os frutos, nem a sujeira da rua.
Só os malditos pássaros que bicam meus tímpanos.

Será um sonho? Diz o eu-lírico.
A consciencia responde; Não, fez mais do que isso.
Interrompida por soluços e risadas.

Não há lugar para doença, apenas para saudade.
Não há lugar para culpa, nem para arrependimento.
Caracteristicamente amoral, estritamente isento.

Não hei de dançar novamente aos pés do morto.
Para metaforizar a irrelevância do corpo,
e exaltar os preceitos da metafísica, por gosto.

Há de se tirar os cabrestos do cavalo.
É melhor deixar que decidam se querem ser
puros-sangues árabes ou mustangues bravos.

No desejo duplo há um aspecto espectral
Como a estátua de Schopenhauer;
que por um lado, vê-se bela, estonteante
mas que ao ajeitar melhor o corpo, observa-se horrenda.
No imaginário o belerofonte subjuga a quimera.

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