Humano, demasiado humano.

Sofisticadamente maus
Com a maldade que aprenderam
Ao decorrer do labirinto do tempo
E do crepúsculo de sua ampulheta.
Refletindo eternidade e ciclo.

Maquiavélicos, socialmente selvagens
Inerentemente equivocados e corruptíveis
Auto misericordiosos, e mediocremente miseráveis
Fortes, porém impetuosos, vorazes

Famintos e sedentos de poder
Vidas, mentes, ego, sorte
Morte, revés.

Fome, abandono, submissão as comodidades
Abandono do real, do natural
Sordidez mortuária

Preconceituosos, intolerantes
Hipócritas, fanáticos, sacerdotes
Política, Indústria, Consumo.

Errantes, berrantes, surdos-mudos.
Cegos e aleijados.
Alienados, teleguiados.
Sem tato, sem olfato.

Interesseiros, preguiçosos, exploradores.
Ingênuos, inocentes, drenados.
Manipuladores, hipnotizadores,
Bebedores de óleo e corretores.

Executivos, advogados, policiais.
Bandidos, segregados sociais.
Famintos por um pão ingrato.

Fracos, afogados, mortos-vivos.
Esmagados, sobrepujados, amassados.
Sufocados, confusos, pouco reflexivos.
Intrusos, viciados, entrometidos.

Palhaços, banqueiros, acionistas
Ansiosos, receosos, odiosos
Pela loucura, acometidos.
Plastificados, Classificados, Rotulados
Nas prateleiras adquiridos.

Surtados, desrespeitosos, insensíveis
Auto-realizadores, mentirosos, indecisos.
Sem escrúpulos, desertores, esquecidos.
Humano, demasiado humano.