o limite dos teus olhos
tão cansados, tão dispersos
tão sozinhos, tão perplexos
bombardeados pela dor
já não se vê mais cor
a morte que passa ao corredor
ríspida, como a doença que se alastra
matando os primogênitos
que não tem sangue
nas portas de suas casas
o limite dos teus olhos
tão secretos, tão morbosos
tão sozinhos, tão doentes
tão culpados pelo que não se vê em frente
abstraindo-se em toda dor do passado
que ocorreu por alguns segundos
e até hoje paira ao teu lado
como uma sombra, gélida e pálida
pálida, fria e tenebrosa
não se engane
a cegueira do cego se detém
na forte palpitação enfática
do apagar da íris, e do tatear do olho
do tiro acidental, e da morte trágica
nu, acuado e com frio
em plenos campos
de desespero e dor
sem conseguir perguntar a si mesmo
"e agora, para onde vou?"
o limite dos teus olhos
matadouro, mata-porcos
porta-facas, olhos sem foco
em plenos campos de guerra
onde no sangue não há glória
onde o soldado não faz história
entre os corpos, adormecidos
apenas jaz o torpor
em sócrates, foi a cicuta
em cibele, o amor
em sófocles, fora jamais
em werther, o desespero
que em si mesmo, atirou
o limite dos teus olhos
cansados e perplexos
pois não se cansam mais
de em desgraça, se debulhar
em noites insones, soluçando ao telefone
ou nas manhãs sem ter fome
nas tardes, sem ter um nome
duas moedas, em teus olhos
após fechar tuas pálpebras
encerrando o passado
te oferecendo o ombro amigo
te livrando de todo o fardo
extraindo-te do exílio
seja na alma, seja no corpo
não na morte, pois com sorte
estou sentado, ao teu lado
separando o joio do trigo
entregando-me em todo auxílio
seja pelo caminho mais tortuoso
ou pelo calabouço mais doloroso
estarei sempre contigo
e em paz você descansará
e teus olhos hão de cerrar
mas não para este mundo deixar
e sim para amanhã, acordar...
Na minha concepção de mundo a Arte é parte do ser humano, uma beleza distinta pode ser encontrada em coisas tão simples como num orvalho da manhã, ou até mesmo numa singela fotografia de dois velhos jogando xadrez, o que eu tento expressar neste blog é exatamente o sentimento humano de se identificar com a Arte da vida e a de admirar o abstrato da Arte em si, o ato de celebrar a vida por si só já é uma expressão de Arte, e por isso a Arte é livre, espontânea, magnífica e bela.
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O trabalho Arte - Loucura de Jean E. Costa da Silva foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em arte-loucura.blogspot.com.
Podem estar disponíveis autorizações adicionais ao âmbito desta licença em jeanely@gmail.com.
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Um comentário:
essa foi pra mim ctz kkkkkkkk
adorei^^
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