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O trabalho Arte - Loucura de Jean E. Costa da Silva foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Sem precedentes.


Morávamos num país
De pessoas medianas
Com vidas medianas
Numa cidade mediana
Numa época mediana
E que falavam
Poucas palavras medianas


Então um certo dia
Um certo jovem mediano
Indo a tal escola mediana
Nota tal garota mediana
E observa a garota mediana
E descobre que a tal garota
Estuda na mesma escola mediana


Então enquanto a garota mediana
Lancha sozinha numa mesa
O tal garoto mediano
Chega à garota mediana


E elogia seu cabelo, diz que parece fogo
Que era vivo como tal
Ela agradece
Mas diz que seu cabelo
Era tão mediano
Quanto o de qualquer outra
Mulher normal
O garoto responde:
"O que tem no fogo de mediano?"
"Sem o fogo, não há calor, e sem calor, não há vida"



Nesse momento a garota mediana
Olha para o garoto mediano
Com os olhos vibrando
Depois sorri embaraçosamente
Se escondendo por entre os cachos
E seguindo naquela conversa
Que não parecia nada mediana


À partir daquele momento
Ela não era mais mediana
E aquele garoto mediano
Já não era mais um garoto
E sim um homem dos extremos
À desbravar os sete mares


Então eles se apaixonaram
De uma forma nada mediana
Perdendo-se, se encontraram
No meio do deserto
Nasceu uma bela flor
E dentro dela havia amor...


E com isso, o seu amor
Que era tão forte expresso
Explícito, para muitos incoerente
Vulgar e anti-ético
Porém, nada mediano
Incomodava as pessoas medianas
Pois muitas sentiam inveja
Ou não compreendiam


Pois afirmavam
Que tais paixões fugazes
Ou levam à forca, ou guilhotina
Que em todo crime há seu castigo
E em todo pecado há penitência


Então, as pessoas medianas
Alegavam que tal amor, era doença
Assim então, os pais medianos
Dos amantes, nada medianos
Internando o rapaz
E a moça, seria levada pelos pais





Assim os dois amantes
Resolveram que seu amor
Não seria silenciado
E para que fosse sempre lembrado
Precisava ser eternizado
Com um ato sem precedências


E então, para isso
Deveriam encontrar-se nos extremos
No topo de uma cachoeira
Próxima a cidade mediana



E assim então mergulharam
De cabeça, eles se entregaram
E assim, continuaram, longínquos
Verdadeiros, remotos, excessivos
Opostos, derradeiros no mais alto grau
Para sempre apaixonados, imortalizados
Entalhados em pedra, bem retratados
Graficamente descritos...
Porém, nada medianos
Pois descansam no limbo...




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3 comentários:

Loren disse...

Você é homem, ou mulher? Responda, por favor.

Anônimo disse...

Você é homem ou mulher? Por favor, responda.

Jean Silva disse...

Homem. Por que?