
O quarto vazio
Vazio amargo
Calor no frio
Um quarto empoeirado
Todo de branco
E iluminado apenas
Pela luz da janela
Rodapé queimado, um tanto amarelado
E uma parede inútil, separando um lado
Sem utilidade alguma...
Uma porta de madeira envelhecida
Branca, mesmo ainda sem cor pelas arestas...
Um balcão de mármore, primordial...
E um sofá, ao lado de uma cama
Meio que um tanto... paradoxal...
O piso rachado, um espelho quebrado...
Cacos de vidro, perto do balcão...
Entre a porta e o colchão
Há duas chaves no balcão
Uma da porta, outra do portão
(Mas que portão!?)
Há também um colchão
Todo de branco
Desarrumado
Junto com um travesseiro caindo
E um cobertor vermelho cobrindo...
Onde ficaria a mesa
Eu vejo no chão
Um prato cheio
De macarrão
Local secreto
Longe do chão...
Eu chamo de quarto, casa, porão...
Mas que em si consiste
O belo que existe
E não desiste
O belo que insiste
Em continuar triste...
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